Característica está sendo cada vez mais valorizada pela indústria
A employee experience, ou experiência do funcionário, em tradução livre, é uma tendência no mercado de gestão que visa aumentar a valorização dos colaboradores de uma companhia. Dessa forma, os dois lados envolvidos:
- Estreitam suas relações profissionais
- Fomentam o crescimento interno
- Melhoram seus desempenhos
Quer entender mais sobre esse tema? Continue no nosso artigo!
A história do termo
Apesar de não existir um consenso científico quanto a origem de employee experience, é comum sustentar os conceitos dessa expressão em bases estabelecidas por Jacob Morgan, escritor graduado em economia e psicologia pela University of California Santa Cruz, nos Estados Unidos. Autor de diversos livros sobre o assunto, o pesquisador defende que o reconhecimento financeiro não é mais suficiente para sustentar a permanência de alguns colaboradores em seus cargos.
Em uma de suas obras sobre o tema, batizada como The employee experience advantage: how to win the war for talent by giving employees the workspaces they want, the tools they need, and a culture they can celebrate (editora Wiley), ele alega que “(…) em um mundo no qual o dinheiro não é mais o fator primário para colaboradores, focar na employee experience é a vantagem competitiva mais promissora que uma organização pode criar”.
Para ilustrar esse ponto de forma didática, o autor sugere uma análise empresarial a partir de dois círculos parcialmente sobrepostos, em que um simboliza as vontades e necessidades dos colaboradores e outro os mesmos pontos relacionados à corporação. Dessa forma, o exercício se desenvolve a partir da busca pelo equilíbrio entre as duas partes visando promover uma relação mútuo.
Vale destacar que abreviamos os estudos do escritor para transmitir suas ideias em linhas gerais, e todo seu raciocínio pode ser estudado de maneira mais aprofundada através de seus trabalhos.
As narrativas intrínsecas à valorização corporativa
A tendência mostrada pelo autor tem sido cada vez mais presente no mercado de recursos humanos mundial. Porém, recentemente se aliou a um debate áspero que tem ganhado muito destaque no Brasil, a respeito da validade do “salário emocional”.
Analisando de maneira superficial, esse tema possui uma definição muito parecida com a apresentada anteriormente, procurando complementos para a valorização profissional interna das corporações, como ambientes mais atrativos e outros benefícios. Desde 2017, a Google tem registrado diversos picos de interesse por esse tópico, chegando a atingir o nível máximo de sua medição em abril daquele ano.
No entanto, conforme apurou Júlia Pessôa em um artigo publicado pela UOL, existem registros que demonstram a distorção de alguns desses conceitos. Segundo o material, especialistas chegaram fazer alertas sobre a prática, dentre eles a psicóloga Caroline Duarte.
No texto, a profissional destaca que “(…) não deveria ser benefício ou privilégio ter um ambiente saudável de trabalho, um plano de carreira, e todo o conjunto de fatores que prezam pela saúde mental do trabalhador (…). O capitalismo fagocita os discursos em seu favor, então o salário emocional pode, sim, representar uma precarização, basta ver o que se diz de motoristas e entregadores de aplicativos como ‘empreendedores’, com ‘flexibilidade’”.
Portanto, como deve ser desenvolvida a emplyee experience?
Não existe movimento de mercado que possa ser feito sem estudos aprofundados. Portanto, o primeiro passo para desenvolver a employee experience é compreender as ligações entre colaboradores e mandatários, rascunhando os elos que devem ser fortalecidos conforme os valores de cada companhia. Em geral, três pontos são essenciais para desenvolver essa otimização:
- A melhoria de ambientes físicos
Aprimorar os espaços de atuação pode ser considerado um dos pontos mais essenciais dessa lista. Para isso, diversas camadas devem ser trabalhadas, desde a infraestrutura até áreas para o lazer ou refeitórios. No entanto, alguns tópicos devem receber mais investimento como a acessibilidade, que deve ser segura e confortável para todos e todas que usufruírem dessas alternativas.
- A melhoria de ambientes tecnológicos
Acompanhar as tendências estruturais de mercado é tão importante quanto possuir espaço adequados ou profissionais de qualidade em uma companhia. Por isso, possuir as melhores ferramentas é indispensável para um crescimento interno plural. Para isso, podem ser utilizadas plataformas de treinamento e outros investimentos nesse sentido, sempre visando uma evolução constante.
- A melhoria de ambientes culturais
Todos os pontos acima se conectam a partir da cultura organizacional de uma empresa, que também serve como guia para cada um desses investimentos. Além disso, a companhia deve influenciar positivamente a maneira de atuar, desenvolver e pensar dos seus colaboradores, sempre respeitando suas diferenças. Dessa forma, uma composição diversa deve ser formada, contribuindo com um fortalecimento amplo a partir da ecleticidade interna.
Ou seja, mesmo não sendo uma característica utilizada por muitas marcas, todos os tópicos citados anteriormente colaboram com a estruturação de um ambiente saudável, composto por colaboradores engajados e mais competentes.
E muito além…
A employee experience se mostra como um diferencial para o mercado corporativo em diversos sentidos, e os dados defendem essa tese. Conforme apontou um estudo desenvolvido pela Data Base e publicado pela Gupy em 2021, apenas 13,4% das empresas estão dispostas a direcionar parte de seu orçamento a estratégias voltadas ao público interno.
Além de demonstrar um conservadorismo estrutural, a pesquisa demonstra como companhias que adotam essa estratégia podem ser vistas como um oásis, potencializando a aquisição de profissionais qualificados e retendo talentos promissores. Por isso, não há motivo para desviar desse segmento, que tende a crescer cada vez mais em diversas esferas.